Tabuada com as mãos

A tabuada na “ponta da língua”

É um problema decorar a tabuada. A cobrança que muitos professores fazem contribui com que a maioria dos alunos deteste a Matemática. Piora mais quando a prova é oral.

 - Pedrinho, rápido, quanto é 7 x 8?

- Ahhh.. ahh,  7 x 8, professor, é ...., deixa vê, ...

- Rápido, Pedrinho, quanto é 7 x 8 ?

- Professor, posso pensar um pouquinho?

- Não, tem que ser na “ponta da língua”. Vamos ...

 Bem, esta cena é torturante para o aluno.

 Particularmente, acho que o aluno precisa aprender a tabuada tanto quanto no passado, onde não existia a máquina de calcular. É importante que as pessoas saibam responder rapidamente a tabuada. Mas decorar por decorar não leva o aluno a uma boa compreensão das operações (no caso, a multiplicação). É necessário que essa “decoreba” esteja inserida num contexto, de tal maneira a levá-lo a compreender os processos operativos.

  

 

A importância da tabuada

Sei que hoje em dia, a tabuada tem sido deixada de lado, com o surgimento da calculadora. A importância do conhecimento da tabuada ainda tem uma real e prática aplicação. Se você vai a um shopping comprar chicletes e cada um custa R$ 0,70 e você deseja compra 8 com um nota de R$ 10,00, é necessário que você saiba quanto vai receber de troco, sem usar a calculadora do seu celular. Essa é uma situação em que qualquer pessoa deve resolver rápidamente, de cabeça; são cálculos simples. Na caso, essa pessoa vai multiplicar 7 x 8 = 56. Por lógica, este resultado é na verdade R$ 5,60. Tire 0,60 de 5,60 e 0,60 de 10 e teremos R$ 9,40 menos R$ 5,00 = R$ 4,40, que é o troco.

Essas situações surgirão a todo o momento na vida de qualquer pessoa. Então, não é importante saber a tabuada e desta forma, saber fazer contas simples como essas, sem usar caneta ou calculadora. A escola é uma poderosa arma para desenvolvermos esses raciocínios, compreendermos as operações. Aí depende do professor oferecer ao seu aluno essas atividades, fazer exercícios, organizar competições, tornar a aula prática, interessante e agradável. O aluno tem que ser desafiado através da curiosidade, apresentando-lhes problemas do seu dia-a-dia, do nosso cotidiano. Assim, ele sente-se estimulado e motivado, despertando o interesse na compreensão das operações e assim, memorizando com compreensão essas operações.
 

 É necessário decorar

 Decorar a tabuada talvez não seja uma atividade nobre, mas é necessária. Existem situações em que uma resposta tem que dada imediatamente, como por exemplo, nas compras de supermercado, numa farmácia, na hora de comprar uma passagem de ônibus. "Decorar" é um importante exercício para a memória, fortalecendo e irrigando o cérebro. Euler, matemático alemão, era uma pessoa que tinha uma ótima memória, um excelente calculista. Um bom motorista, tem na sua memória, o que deve ser feito numa situação de emergência. O craque de futebol, tem na sua memória, o que o zagueiro vai fazer e assim, ele prevê o desfecho da jogada do gol. Os atores e atrizes precisam decorar o texto da sua cena. Nós, devemos com bons patriotas, saber na “ponta da lingua” o hino nacional, o hino do seu time do coração, as músicas que gostamos, a número da nossa conta bancária, do telefone, da carteira de identidade, CPF, senhas, etc.

 

 A tabuada na “ponta dos dedos”

Bem, para tornar mais agradável  o ato de “decorar” a tabuada, vamos usar as mãos (mais precisamente, os dedos). Este processo antigo, de autoria que me é desconhecida, serve para tornar a aula mais agradável e divertida. A técnica que iremos mostrar é para a tabuada acima do 5.

 7 x 8

 Queremos o produto de 7 por 8. Vejamos como fazer:

 

→ Tomamos como referência o número 5.

→ 7 = 5 + 2, portanto, numa das mãos feche 2 dedos, deixando 3 abertos.

→ 8 = 5 + 3, portanto, na outra mão feche 3 dedos, deixando 2 abertos.

→ Temos 5 dedos fechados (2 da 1ª mão e 3 da 2ª mão). Isto corresponde a 5 dezenas = 50.

→ Pegue os dedos abertos de cada uma das mãos e multiplique-os: 3 x 2 = 6

→ Agora some 50 + 6 = 56. Pronto, 7 x 8 = 56.

 

6 x 9

Queremos o produto de 6 por 9. Vejamos como fazer:

→ Lembre, o número 5 é a nossa referência inicial.

→ 6 = 5 + 1, portanto, numa das mãos feche 1 dedo, deixando 4 abertos.

→ 9 = 5 + 4, portanto, na outra mão feche 4 dedos, deixando 1 aberto.

→ Temos 5 dedos fechados (1 da 1ª mão e 4 da 2ª mão). Isto corresponde a 5 dezenas = 50.

→ Pegue os dedos abertos de cada uma das mãos e multiplique-os: 4 x 1 = 4

→ Agora some 50 + 4 = 54. Pronto, 6 x 9 = 54.

 

6 x 6

Queremos o produto de 6 por 6. Vejamos como fazer:

→ 6 = 5 + 1, portanto, numa das mãos feche 1 dedo, deixando 4 abertos.

→ 6 = 5 + 1, portanto, na outra mão feche também 1 dedo, deixando 4 abertos.

→ Temos 2 dedos fechados. Isto corresponde a 2 dezenas = 20.

→ Pegue os dedos abertos de cada uma das mãos e multiplique-os: 4 x 4 = 16

→ Agora some 20 + 16 = 36. Pronto, 20 x 16 = 36.

 

7 x 9

Queremos o produto de 7 por 9. Vejamos como fazer:

→ 7 = 5 + 2, portanto, numa das mãos feche 2 dedos, deixando 3 abertos.

→ 9 = 5 + 4, portanto, na outra mão feche 4 dedos, deixando 1 aberto.

→ Temos 6 dedos fechados. Isto corresponde a 6 dezenas = 60.

→ Pegue os dedos abertos de cada uma das mãos e multiplique-os: 3 x 1 = 3

→ Agora some 60 + 3 = 63. Pronto, 7 x 9 = 63.